ORT - Publicações Pedagógicas
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- Megapróteses revestidas a prataPublication . Gameiro, D; Freitas, J; Judas, FAs endomegapróteses representam cada vez mais uma solução cirúrgica em situações de perdas ósseas significativas no contexto da cirurgia oncológica, em cirurgia reconstrutiva traumática e em cirurgia de recolocações de próteses articulares. Todavia, estão sujeitas a diferentes tipos de complicações que podem levar, a curto ou a longo prazo, à sua falência mecânica. A principal e mais devastadora é a infeção periprotética (IPP). Esta complicação desenvolve-se, uma vez que a alargada superfície da prótese permite a colonização bacteriana, com produção de biofilme, tornando a infeção difícil de erradicar. A prata, aliando a sua ação antibacteriana à baixa toxicidade, tem sido utilizada para revestir estas MP com o intuito de prevenir e tratar esta complicação. Apesar disso, efeitos adversos relacionados com a prata, como a argiria local, já foram descritos. A implantação de megapróteses revestidas a prata (MPR) é uma opção cirúrgica relativamente recente, no entanto a sua utilização parece estar associada a uma menor incidência da IPP, bem como a um tratamento mais eficaz e menos agressivo desta complicação, quando comparada com o uso de megapróteses não revestidas (MPNR). A implantação de MP tem demonstrado bons resultados funcionais e não parece haver diferença entre doentes com MPR e doentes com MPNR. Quanto à argiria, o desenvolvimento desta complicação parece ser idiossincrático, uma vez que não foi encontrada relação com a massa de prata da prótese utilizada, nem com os níveis séricos de prata iónica (Ag+). No entanto, são precisos mais estudos, preferencialmente prospetivos, controlados e randomizados, com grupos de doentes mais numerosos, com maiores períodos de recuo clínico, sobretudo na área da cirurgia de trauma e revisão de prótese para confirmar estes resultados, para que no futuro as MPR sejam a escolha de eleição sempre que as MP estejam indicadas.
- Sarcopenia em cirurgia reconstrutiva ortopédica: considerações geraisPublication . Oliveira, J; Mariano, C; Judas, FIntrodução: A sarcopenia é definida como uma síndroma caracterizada pela perda progressiva e generalizada de massa muscular esquelética, e da sua função (perda de força e/ou deterioração do desempenho físico), associada ao envelhecimento, que leva a um risco aumentado de resultados menos conseguidos, nomeadamente, limitação funcional, baixa qualidade de vida e morte precoce. A sarcopenia é um termo recente no glossário médico, e pouco se sabe, em concreto, sobre esta síndroma geriátrica, não só na área de Ortopedia, mas também nas outras especialidades cirúrgicas e médicas. Seja como for, sabe-se que os doentes sarcopénicos são mais propensos a quedas, fraturas e a uma limitação da mobilidade, o que torna a sarcopenia num tema de estudo prioritário na especialidade de Ortopedia. Estima-se que 44% dos doentes que são submetidos a cirurgia ortopédica, padeçam desta condição, com um risco acrescido de complicações pós-cirúrgicas e na reabilitação funcional. Assim, este trabalho de revisão bibliográfica tem como objectivo, abordar a prevalência e as repercussões da sarcopenia nos idosos com lesões ortopédicas, nomeadamente fraturas incidindo, também, na mortalidade associada à sarcopenia, no diagnóstico, prevenção e seu tratamento. Materiais: Recorreu-se a uma pesquisa de artigos científicos e de revisão, relacionados com o tema "sarcopenia in orthopedic surgery", na base de dados “PubMed”, entre Junho de 2016 e Fevereiro de 2017. Os termos de pesquisa pré-definidos usados foram, entre outros, ‘sarcopenia’, ‘orthopedics’, ‘surgery’, ‘diagnosis’, ‘prevalence’, ‘complication’, ‘intervention’, ‘treatment’, ‘mortality’, ‘nutrition’ e ‘exercise’. Resultados: Apesar de ainda não se encontrarem completamente aceites os critérios e métodos de diagnóstico da sarcopenia, vários estudos têm sido publicados, seguindo as recomendações da EWGSOP. Estas recomendações especificam que 2 de 3 critérios – baixa massa muscular, diminuição da força e do desempenho físico – devem estar presentes para diagnosticar um individuo com sarcopenia, em que um deles, a massa muscular, deve estar obrigatoriamente presente. Também categorizaram a sarcopenia em 3 estádios, pré-sarcopenia, sarcopenia e sarcopenia severa. Vários estudos comprovam a associação da sarcopenia com a mortalidade (de causas não especificadas) dos doentes que apresentam esta síndroma, havendo maior taxa de mortalidade nos sarcopénicos, comparativamente a grupos de controlo. A osteoporose, apesar de já se saber ser uma das causas de fraturas de osso frágil, também foi demonstrado que está associada à sarcopenia, sendo que, diversos estudos confirmam que os sarcopénicos apresentam um aumento do risco de padecer de osteoporose, e que a própria sarcopenia é um factor de risco independente para fraturas de osso frágil. Por outro lado, alguns estudos demonstram que há uma alta prevalência de sarcopenia em doentes com fraturas da anca e fraturas vertebrais. O tratamento/prevenção da sarcopenia, ainda não foi tema de estudos relevantes, não havendo ainda um consenso sobre a nutrição e exercícios a prescrever, apesar de alguns trabalhos mostrarem bons resultados quando entrosaram as alterações dietéticas e o exercício físico. Discussão: Verificou-se que existe uma forte associação entre sarcopenia e mortalidade, entre sarcopenia e osteoporose, e que a sarcopenia aumenta o risco de fraturas de osso frágil, independentemente da presença concomitante de osteoporose ou não. Também foi demonstrado que a sarcopenia é muito prevalente em doentes com fraturas da anca, das vértebras e distais do rádio. Um artigo confirmou que a taxa de complicações e do tempo de internamento foi superior em doentes sarcopénicos após cirurgia da coluna toracolombar, para além de não atingir a mesma capacidade funcional que os doentes não sarcopénicos. Conclusão: Torna-se imprescindível uma maior investigação sobre as formas de prevenir e/ou tratar a sarcopenia. Em primeiro lugar, é necessário definir os critérios e métodos de diagnóstico, assim como conhecer as complicações pós-operatórias da cirurgia ortopédica em doentes sarcopénicos, matéria insuficientemente estudada. Por outro lado, é preciso perceber as repercussões da sarcopenia na cirurgia ortopédica, uma vez que os doentes sarcopénicos apresentam patologias diversas do foro ortopédico.
- HorrendoplastiasPublication . Freitas, J; Casanova, J; Moura, DL; Ferreira, R; Judas, F; Fonseca, FA infeção e reações alérgicas associadas a grandes perdas de tecido ósseo em artroplastias protéticas da anca e joelho ou a infeção em reconstruções ósseas com aloenxertos estruturais de grandes dimensões pós resseções ósseas por patologia tumoral, correspondem a grandes desafios cirúrgicos de salvamento de membros. São casos clínicos submetidos a múltiplas cirurgias, anos de evolução, fistulas profusamente produtivas, tratamentos antibióticos múltiplos, pessoas socialmente e profissionalmente destruídas. Muitos destes casos são propostos para cirurgia mutiladora com amputações de membros ou extração de material protético sem reconstrução estrutural, condenando o doente a incapacidades funcionais marcantes. Apresentam-se 9 casos clínicos de doentes, 8 com artroplastias primárias, de revisão ou tumorais, de anca e joelho, complicadas com infeção (6 doentes) e/ou reação alérgica a metais/iodo (2 doentes) e 1 doente com aloenxerto estrutural do fémur de grandes dimensões infetado, a maioria com perda de osso e proposta de amputação, nomeadamente desarticulação pela anca. Na maioria dos casos tratava-se de infeção por St. aureus meticilino resistente, havendo 1 doente com flora polimicrobiana hospitalar resistente, submetidos a múltiplas cirurgias e oriundos de vários hospitais do país. Os doentes foram operados entre Novembro de 2013 e Abril de 2016 tendo o mais novo 23 anos e o mais velho 76 anos. O tratamento cirúrgico foi composto por 2 tempos operatórios. Primeiro tempo (7 a 9h): extração de material protético; excisão de osso infetado e sem viabilidade; excisão em bloco de tecidos moles desvitalizados/necrosados e com exsudato em toda a periferia do material protético e tecido ósseo infetado, numa espessura com o mínimo de 4 mm; lavagem pulsátil do leito cirúrgico sangrante desbridado com betadine/H2O2 e soro fisiológico; reconstrução articular temporária com espaçador de grandes dimensões em metilmetacrilato com gentamicina. Todos os doentes foram submetidos a terapia antibiótica tripla endovenosa durante 8 a 9 semanas, com controlo analítico rigoroso, tendo alguns deles deambulado com apoio de ortóteses. 2º tempo cirúrgico (4 a 7h) após valores de PCR normais, fez-se conversão dos espaçadores utilizando material protético de revisão e do foro tumoral revestido a prata (potencial bactericida), 8 dos casos com próteses tumorais da anca (5 com reconstrução de ½ fémur proximal e 3 com fémures totais protéticos). Os doentes tiveram alta autónomos e com apoio de canadianas após +- 3 semanas com triterapia antibiótica e.v. e PCR normal ou “borderline”, com passagem a antibióticoterapia dupla oral em ambulatório, no mínimo durante 3 meses até normalização de PCR em 3 avaliações analíticas espaçadas em 15 dias. O doente mais antigo tem +- 29 meses com PCR normal (avaliações analíticas frequentes) e clinicamente todos se apresentam com PCR normais e sem sinais de infeção e/ou fistulas ativas. Funcionalmente, estão autónomos, os mais novos deambulam sem apoio de canadianas enquanto os mais velhos, por vezes, necessitam do apoio de 1 ou 2 canadianas, mas todos negam dores. Todas estas situações clinicas devem ser tratadas de forma agressiva, do ponto de vista de antibióticoterapia alargada e com conjugação de complexas técnicas cirúrgicas do âmbito de revisão protética e do foro tumoral, para se poder obter os melhores resultados possíveis no salvamento de membros, livres de infeção e com capacidade funcional. Os doentes estão satisfeitos com o tratamento, apesar de extremamente exigente do ponto de vista físico e psíquico, por manterem os membros inferiores, referindo que se tivessem de voltar atrás passariam por tudo de novo. Não se pode dizer que estejam curados mas aqui apresenta-se uma metodologia médica e cirúrgica, como uma forma de ir mais além, na esperança da cura de situações clinico-cirúrgicas que muitos cirurgiões designam de horrendoplastias.
- Cirurgia de fraturas ósseas na osteoporose: Fraturas da coluna vertebralPublication . Jardim, C; Mariano, C; Judas, FAs fraturas que ocorrem no osso osteoporótico são por definição estrita fraturas patológicas. Podem estar relacionadas com quedas da própria altura ou de traumatismos de baixa energia cinética e envolvem habitualmente a anca, o punho, a coluna vertebral e o ombro. As fraturas osteoporóticas a que se associa a sarcopenia, representam um sério problema de saúde pública em todo o mundo, com uma proporção epidémica e um impacto devastador na morbilidade e mortalidade dos pacientes, assim como nos custos socioeconómicos. Apesar dos avanços registados na prevenção e no tratamento farmacológico da osteoporose bem como no tratamento cirúrgico das fraturas ósseas, continuam a ser desenvolvidos novos biomateriais metálicos e substitutos sintéticos do osso com a intenção de se conseguir alcançar melhores resultados clínicos. Dentro deste contexto incluem-se os cimentos hidráulicos, os parafusos expansivos, os parafusos dinâmicos, as malhas metálicas de titânio, as placas bloqueadas, entre outros, em conjugação com técnicas minimamente invasivas e com diferentes estratégias cirúrgicas. O objetivo central deste trabalho assenta nas modalidades cirúrgicas mais usadas para o tratamento das fraturas em osso osteoporótico, com especial destaque para as fraturas da coluna vertebral.
- Síndroma compartimental aguda ou das locas: Conceitos essenciaisPublication . Canha, MI; Marques, JAA síndroma compartimental aguda define-se como sendo a falência da circulação intersticial por conflito de espaço. Representa, habitualmente, uma severa complicação das lesões traumáticas, podendo envolver potencialmente qualquer compartimento do organismo. Mais frequente em fraturas de alta energia cinética e em lesões por esmagamento dos membros, é uma verdadeira emergência ortopédica, por forma a conseguir-se a redução da pressão intracompartimental e restabelecer a perfusão dos tecidos em sofrimento. Assim, a fasciotomia cirúrgica descompressiva, em tempo oportuno, pode evitar a isquémia irreversível dos tecidos mioneurais contidos nos diferentes compartimentos osteomiofasciais, isto é, as retrações fibrosas musculares, a necrose muscular, as lesões nervosas permanentes, a perda permanente da função e, como última consequência, a amputação dos membros. A definição da melhor altura para a fasciotomia nem sempre é uma tarefa fácil, envolvendo critérios clínicos e, também, a determinação do valor da pressão intracompartimental, mormente nos doentes em estado de inconsciência. Nos casos em que houver dúvidas e nos doentes em risco de desenvolver esta complicação, é defensável efetuar uma fasciotomia precoce, mesmo sabendo que pode ser desnecessária, uma vez que as complicações relacionadas com as fasciotomias tardias são devastadoras. Com efeito, o risco de infeção e de septicémia são elevados, a taxa de amputações é considerável e, por vezes, perde-se a vida. As sequelas da síndrome compartimental aguda são uma das causas frequentes de litigância contra os cirurgiões ortopedistas.
- Dismetrias dos membros inferiores após artroplastias totais primárias da anca: medidas preventivasPublication . Judas, F; Carvalho, M; Pinto, A; Santos, S; Cabrita, B; Lucas, F; Fonseca, FApesar de ser reconhecida como uma das intervenções de maior sucesso em cirurgia reconstrutiva ortopédica, a artroplastia total primária da anca não está isenta de complicações. Desigualdades no comprimento dos membros inferiores até 1 cm são comuns e, de uma forma geral, bem toleradas. Todavia, dismetrias maiores podem estar associadas a dor e a lesões nervosas e serem, por isso, motivo de insatisfação do doente e de litigância. Embora não se possa eliminar, de todo, as dismetrias após uma artroplastia total da anca, estas podem ser minimizadas através de uma série de procedimentos antes e durante a intervenção cirúrgica. Neste sentido, são de realçar o valor da anamnese e do exame físico com determinação do comprimento real e aparente dos membros inferiores, a avaliação e planificação radiográficas, uma diversidade de provas e medições efetuadas durante a operação e a cirurgia assistida por computador. A planificação radiográfica pré-operatória integra uma das etapas mais importantes no processo da implantação de uma prótese total da anca, de sorte a restabelecer a biomecânica da anca e preservar ou restituir a isometria dos membros inferiores, sem comprometer a estabilidade da prótese.
- Luxação de próteses totais da anca: causas e tratamento.Publication . Pato, T; Lucas, F; Judas, FA luxação de próteses totais da anca (PTA) continua a ser uma das complicações mais comuns e temidas. Pode ser um evento único, recidivante, precoce ou tardio. O risco de nova luxação aumenta significativamente após o primeiro episódio. Os fatores de risco são diversos: cirurgia prévia da anca, cirurgia de revisão da PTA, via de abordagem e técnica cirúrgica, experiência do cirurgião, má orientação dos componentes, conflito dos componentes ou da estrutura óssea, má colaboração do paciente. Quando ocorre luxação é fundamental um estudo sistematizado e rigoroso para avaliar a sua causa e programar a abordagem terapêutica. Normalmente a redução fechada é eficaz. Quando a redução por meios fechados não é possível, quando existe instabilidade, componentes malposicionados ou inadequada tensão dos tecidos moles, poderá recorrer-se à cirurgia. Existem várias alternativas cirúrgicas: colocação de rebordo acetabular antiluxante, reposicionamento dos componentes, resseção de osteófitos, aumento do tamanho da cabeça femoral, uso de acetábulo restritivo ou prótese bipolar. Quando estes procedimentos falham, a artroplastia tipo Girdlestone poderá estar indicada.
- Favorable outcome of total hip arthroplasty with insufficient bone coverage of the roof reinforcement ring: a case reportPublication . Judas, F; Nascimento, M; Caetano, M; Carvalho, M; Lucas, F; Fonseca, RA 59-year-old male patient underwent a total hip arthroplasty for the treatment of end-stage dysplastic osteoarthritis. A roof reinforcement ring, a cemented polyethylene cup, and a cementless stem were used. Extensive superolateral portion of the ring was uncovered by host bone. Morsellized autogenous femoral-head graft was impacted to fill the space between superolateral border of the ring and superior part of the dysplastic acetabulum. At the follow-up after 4-years, the patient had no complaints and was very satisfied with the operation result. The hip radiograph revealed no signs of instability of the acetabular component, and no bone graft resorption. Despite the suboptimal implantation of the ring compromising, apparently, mechanical stability of the prosthesis, the outcome was favorable. This result can be supported by the fixation of the metal ring with screws, the adequate orientation of the prosthesis, the position of hip´s center of rotation, and bone graft incorporation.
- Infecção periprotética da anca e joelho: algumas recomendaçõesPublication . Bahute, A; Gaspar, R; Judas, FA infecção periprotética representa uma das complicações mais graves da cirurgia reconstrutiva ortopédica. Estima-se que a incidência da infecção periprotética seja de 1% em artroplastias primárias da anca, de 2% em artroplastias primárias do joelho e de 5% nas artroplastias de revisão da anca e joelho. O objectivo central deste trabalho foi apresentar algumas das recomendações mais importantes no âmbito da prevenção, diagnóstico e tratamento da infecção periprotética de acordo com uma revisão bibliográfica actual da literatura ortopédica internacional. Na falta de evidência científica inequívoca as recomendações aqui descritas não são, por isso, vinculativas. Todavia, são de importância capital na condição de linha orientadora para a abordagem da infecção periprotética, sendo certo que são necessários mais estudos com um maior tempo de recuo para se chegar a conclusões mais consistentes.
- Cavilha cefalomedular antirrotativa versus placa e parafuso dinâmico no tratamento de fraturas trocantéricas instáveis da anca.Publication . Pais, N; Brandão, A; Judas, FAs fraturas da extremidade superior do fémur, nomeadamente as fraturas trocantéricas, continuam a representar um sério problema de saúde pública em idosos com osteoporose, presentando um elevado índice de morbilidade e mortalidade, apesar dos avanços registados tanto na sua prevenção como no seu tratamento. Apenas o tratamento cirúrgico pode permitir uma marcha e uma recuperação funcional precoces, por forma que o doente consiga uma autonomia próxima da anterior à lesão. Para isso, o ortopedista dispõe atualmente de um leque alargado de implantes cirúrgicos que não tem, todavia, o mesmo valor e indicações, estando na dependência da “personalidade da fratura”. O objetivo central deste trabalho foi determinar, através de um estudo comparativo, os resultados radiológicos, clínicos e ortopédicos de uma série de 116 fraturas trocantéricas instáveis do fémur (AO 31 A2), em que se utilizaram dois tipos diferentes de implantes, a cavilha cefaloendomedular antirrotativa (PFNA®) e placa e parafuso dinâmico (DHS®). Foram analisados os registos clínicos de 116 doentes com fraturas trocantéricas instáveis, com um tempo de recuo igual ou superior a 12 meses. 66 casos foram tratados com DHS® e os restantes 50 com PFNA®. Procedeu-se ao registo do tempo operatório, do tempo de internamento, do tipo e qualidade da redução da fratura, do tempo de consolidação da fratura, da necessidade de transfusão sanguínea e das complicações clínicas e ortopédicas. Os dados obtidos foram sujeitos a um estudo estatístico usando o programa SPSS - Statistical Package for Social Sciences, versão 22.0 para Windows. Considerando a totalidade das fraturas 31 A2, o DHS® apresentou taxas superiores de reduções das fraturas consideradas insatisfatórias (23,4% e 18,0% para DHS® e PFNA®, respetivamente) e de complicações clínicas (34,8% e 32,0% para DHS® e PFNA®, respetivamente) e ortopédicas (15,2% e 14,0% para DHS® e PFNA®, respetivamente). O tempo de cirurgia, a necessidade de transfusão sanguínea (53,0% e 68,0% para DHS® e PFNA®, respectivamente) e a proporção de reduções das fraturas consideradas anatómicas (21,9% e 36,0% para DHS® e PFNA®, respectivamente) foi superior no grupo do PFNA®. O tempo de internamento e as taxas de consolidação foram semelhantes nos dois tipos de implante. Restringindo a análise apenas para o tipo específico de fraturas 31 A2.2., alguns resultados estatísticos sofreram alterações. As taxas de complicações clínicas (20,7% e 14,3% para DHS® e PFNA®, respectivamente) e ortopédicas (37,9% e 31,0% para DHS® e PFNA®, respetivamente) acentuaram-se no grupo do DHS®, com taxas de transfusão (69,0% e 64,3% para DHS® e PFNA®,respetivamente) semelhantes em ambos os grupos. No tratamento das fraturas trocantéricas instáveis da anca (31 A2.2) o PFNA® mostrou ser superior ao DHS®, em termos da qualidade de redução da fratura e nas taxas de complicações clínicas e ortopédicas. Nas estantes variáveis, o PFNA® não mostrou resultados inferiores.
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