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Cabeças femorais de grande diâmetro em próteses totais primárias da anca – um estudo comparativo

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Introdução As próteses totais primárias da anca tem vindo a registar avanços significativos, nomeadamente no que diz respeito ao seu desenho e dimensões dos implantes. Assim, o diâmetro da cabeça femoral é um factor a levar em linha de conta, uma vez que os grandes diâmetros podem contribuir para um risco mais baixo de luxação no período de convalescença. Para além da estabilidade articular, outras variáveis são influenciadas pelo diâmetro da cabeça femoral, em que se incluem, o desgaste dos componentes, o conflito tipo “cam”, a mobilidade articular, a restauração da biomecânica natural, a propriocepção e a dor localizada à região nadegueira. O objetivo deste trabalho foi, comparar as taxas de luxação após prótese total primária da anca, em doentes com cabeças femorais de grandes diâmetros e de pequenos diâmetros. Material e Métodos Trata-se de um estudo comparativo, onde se consideraram dois grupos, doentes submetidos a prótese total primária da anca com recurso a pequeno diâmetro (grupo I, n=40) e grande diâmetro (grupo II, n=40). Consideraram-se as cabeças de pequeno diâmetro para tamanhos de 28 e 32 mm, sendo que as de grande diâmetro correspondem a 36 e 38 mm. Colheram-se dados do processo clínico sobre a causa etiológica, idade, lateralidade, tempo médio de recuo, perdas hemáticas, técnica cirúrgica, complicações e via de abordagem. A via de abordagem preconizada neste estudo foi a via de Moore. Resultados No grupo I, a idade média foi de 64,9± 7,3 (32-82) anos , o tempo médio de recuo foi de 1059,8± 120,4 dias e as perdas hemáticas médias foram de 2,7± 0,9 (0,6-4,1) g/dL. A coxartrose primária foi a causa mais frequente de intervenção cirúrgica (n=28). Foi realizada a cimentação de ambos os componentes protéticos em 28 doentes. A anca esquerda foi intervencionada em 21 doentes. No grupo II, a idade média foi de 53,3± 9,7 (27-76) anos , o tempo médio de recuo foi de 974,7± 178,7 dias e perdas hemáticas médias foram de 3,5± 1,0 (0,9-5,6) g/dL. Em 23 doentes a coxartrose era de causa secundária. Não se observou prevalência na lateralidade da anca submetida a artroplastia. Optou-se pela realização de uma artroplastia total primária não cimentada em 33 doentes. A complicação mais frequente foi a luxação posterior (cinco casos no grupo I e apenas um caso no grupo II). Discussão A escolha do tamanho da cabeça femoral, a adotar durante a realização de uma prótese total primária da anca, depende não só do tamanho do acetábulo, mas também da “filosofia” que defende a utilização de grandes diâmetros com o objetivo de reduzir a incidência de luxações após a cirurgia. O risco de luxação da anca e de conflito (que promove um aumento do desgaste dos componentes), contribuiu para a introdução no mercado de cabeças femorais com diâmetros cada vez mais elevados. Os doentes do grupo I (pequenos diâmetros) apresentavam uma idade média mais avançada e uma menor taxa de sangramento (perdas sanguíneas) no pós-operatório. Os doentes do grupo II (grandes diâmetros), em média mais jovens, foram submetidos na sua maioria a próteses totais primárias não cimentadas por coxartrose de causa secundária, registando-se apenas um caso de luxação da prótese. Conclusão As próteses totais primárias da anca em que se usaram cabeças femorais de grande diâmetro mostraram uma taxa de luxação protética muito aceitável. Contudo, embora as cabeças femorais de grande diâmetro contribuam para a redução do risco pós-operatório de instabilidade articular, é de ressalvar a componente multifatorial da luxação protética.

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Keywords

Próteses da Anca Cabeça do Femur

Citation

36º Congresso da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, Porto Outubro de 2016.

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