Ferreira, JCapelão, MMoura, DLReis e Reis, J2017-07-172017-07-172017Coimbra: Serviço de Ortopedia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; 2017.http://hdl.handle.net/10400.4/2040Os autores apresentam um caso clínico e a sequência de atitudes e resultados face a complicações de uma artroplastia gleno-umeral invertida. Apresenta-se um paciente de 62 anos do sexo feminino, submetida a artroplastia gleno-umeral invertida Delta 3 por artropatia da coifa dos rotadores à direita. Um mês após a intervenção que decorreu sem intercorrências, iniciou sinais inflamatórios superficiais e dores à mobilização do ombro. Não apresentava febre, a velocidade de sedimentação (VS) era de 85 e a proteína C reativa (PCR) 18. Fez tratamento médico anti-inflamatório, com regressão do quadro inflamatório. Após 4 meses, voltou o mesmo quadro inflamatório e reverteu com betametasona intramuscular. AApós melhoria temporária sofre nova agudização dos sinais Inflamatórios (VS 90 e PCR 5.7), sendo então decidido ser submetida a revisão cirúrgica da prótese. Intraoperatoriamente não se encontraram tecidos suspeitos de infeção e os componentes estavam fixos, pelo que apenas se substitui o polietileno. Cinco meses após a intervenção tem nova agudização que reverte com corticóide em SOS. Três anos após a artroplastia e com controlo de sinais inflamatórios ocasionais com anti-inflamatório, a paciente apresenta sinais radiográficos de notching escapular. Aos 6 anos após a artroplastia, a paciente inicia dores no ombro e apresenta diminuição evidente da sua funcionalidade (incapaz de se pentear). Radiograficamente a prótese está bem implantada, mas apresenta osteólise ao nível do componente epifisário. Passados poucos meses, a paciente recorreu ao serviço de urgência por abcesso na face posterior do braço direito com evolução de cerca de um mês. Fez ecografia que confirmou a presença de abcesso com 6 cm de maior eixo e foi feita punção, com saída de pequeno conteúdo de liquido de aspecto piogénico. Foi pedido antibiograma que veio negativo. Após tentativas de tratamento médico do abcesso e várias punções sem deteção de microorganismo, surgiu uma fístula na face posterior do terço distal do braço, com drenagem abundante de liquido acinzentado. A zaragatoa teve mais uma vez resultados negativos. A paciente foi então proposta para extração de prótese. Intra-operatoriamente estavam presentes evidentes sinais de metalose, seguidamente confirmada pelo exame histológico. Passado 1 ano após extração da prótese, a paciente apresenta-se sem alterações cutâneas visíveis ou palpáveis, sem dores, com VS 10 e PCR 1.2, já se consegue pentear e mobiliza o ombro sem crepitações. Quando foi perguntado à paciente que pretendia uma nova prótese, a resposta foi: “Para já nem pensar”. Em conclusão, apresenta-se um caso clínico de inflamações recorrentes de uma artroplastia gleno-umeral invertida sem deteção de causa infeciosa e com sinais evidentes de metalose sem descolamento associado, cujo resultado culminou na extração da prótese, com melhoria clínica e funcional da paciente.porProcedimentos Cirúrgicos OrtopédicosProcedimentos Cirúrgicos ReconstrutivosArticulação do OmbroPrótese ArticularArtroplastia de SubstituiçãoPróteses invertidas do ombro: Complicações - Caso Clínico Exemploconference object